domingo, 21 de dezembro de 2008

RITO MODERNO

Na Maçonaria existem formatos diferentes de se trabalhar (desenvolver as reuniões) em Loja, e a isso, chamamos de ritos.

No Brasil, o mais praticado é o chamado Rito Escoces Antigo e Aceito, se bem que deveria se chamar ESCOSIL ou BRASCES, em virtude das alterações feitas por conta de cada um que se acha sábio o bastatne para mexer no que estava feito ha muitos anos.. Aqui no nosso país não costumamos respeitar a memória e a cultura com o devido respeito, nos parece.
O rito Escoces foi totalmente deturpado e modificado no Brasil, principalmente a partir da criação das Grandes Lojas em 1927.
Muitos irmãos dessas Obediências (organismos que reunem diversas Lojas, que explicaremos mais adiante), não suportam ler ou ouvir essa verdade, mas infelizmente não dá para tapar o sol com peneira, foi o que aconteceu mesmo.
Ao contrário das Grandes Lojas de outros paises, que adotaram o rito York ( Americano) ou o Craft (Oficio) / Emulation, dos ingleses, resolveram manter o rito que mais crecia na época, o REEA (mas que tinha origem francesa), e provocou a confusão toda (a divisão entre o Simbolismo e o Supremo Conselho, separando os graus simbólicos dos altos graus - 4 ao 33) e fazer algumas adaptações aos ritos adotados por aquelas Obediências Maçônicas,
Enumeramos algumas das modificações feita spara agradar aos americanos e ingleses e obter o famigerado reconhecimento da GLUI que se coloca como a dona da maçonaria mundial e os americanos co-proprietários, enquanto nós, simples submissos, assim como na economia e na política:
Algumas das alterações feitas indevidamente pelos brasileiros:
1- Local do Segundo Vigilante que era junto à Coluna J, passou para o Meio dia (meio da Coluna do Sul).
2- Avental de Mestre, que era rodeado na cor escarlate com a sletras M e B destacadas (como usa hoje os Grandes Orientes ligados à COMAB), passaram aser azuis celeste com rosetas e sem as letras M e B (no inicio tinham um filete vermelho em redor do azul).
3- Mudou-se a P. S. do M. M., por isso, sairam as letras do avental, passando a usar a que ja era utilziada pela maçonaria anglo-americana. A maçonaria francesa sempre usou M.B. e não M.
(isso só pode ser compreendido perfeitamente por mestres)

Houve outras mudanças ritualísticas importantes, mas só essas ja dão conta do que causou a primeira grande dissidência na Maçonaria brasileria, em 1927. O Grande Oriente do Brasil, quase ferido de morte com a cisão, ao invés de manter as tradições do ritual francês, que herdamos junto com nossas glórias, foi no rastro das Grandes Lojas e piorou. Copiou as modificações e lambuzou ainda.
As Lojas quase acabaram com o rito Frances ou Moderno, racional e progressista e pularam para esse rito andrógeno criado no Brasil, teimosamente chamado de REAA. Incluiram nele várias passagens de outros ritos (Cabeça de S. J. / incensamento do Templo antes das reuniões / acendimento das Luzes e o famoso pálio, ainda utilizado.
O importante para o pessoal eram os graus. Tinham que ter os 33 graus senão, não tinha graça.

O rito Francês Moderno com seus 7 e mirrados graus na época (hoje são 9), quase se extinguiu com essa disputa maluca entre Grandes Lojas e GOB, pelo reconhecimento da Grande Loja Mãe do Mundo, a Grande Loja Unida da Inlgaterra e hoje mal chegamos a 100 Lojas no GOB e algumas poucas nos Grandes Orientes Independentes (outra dissidência ocorrida em 1973), quando a maioria das Lojas, no inicio do século XX, trabalhavam nesse rito.

O REAA à brasileira, por ser teísta, quando deveria ser deísta como o é na França, Portugal e outros países europeus, oferece conforto espiritual e religioso aos irmãos, fazendo-os se sentirem desobrigados de irem à missa ou culto, aos domingos e é ,ais uma característica do brasileiro em geral, tem religião, crê em Deus, mas não pratica, não segue os mandamentos, não tem disciplina religiosa, mas quer ser reconhecido como religioso. Lógicamente por ter tantos graus, o rito cresceu assustadoramente no país, evidenciando a prevalencia da vaidade sobre a simplicidade.

O rito Francês, conhecido como Moderno no Brasil, assim como o Rito Escocês Antigo e Aceito e o Adonhiramita, entre outros, foi criado na França em 1761 e reformulado finalmente em 1786, tornando-se assim, definitivamente racional, agnóstico, laico, enfim, usemos o termo que quisermos, isento de infleucnias religiosas ou politico-partidárias.

Ele não utiliza fórmulas como à Glória do Grande Arquiteto do Universo ou outras que remetam a uma consciência de um Ser Supremo definido porque dá inteira liberdade de pensamento ao homem, uma vez que crença é fruto da intimidade do ser humano, resultado de seu conhecimento, de sua cultura e de seu desejo.
Ninguém pode ou deve lhe impor uma crença. Se quer ser católico, protestante ou mesmo não aceitar nenhuma religião, o problema é dele, desde que seja um homem virtuoso, não semeie o vício moral e conviva fraternalmente. Ninguém pode mudar a crença de um homem escalrecido. Sómente os ignorantes e mentalmente fracos, podem se tornar presas de sermões ou profecias, sem questionar, sem duvidar, sem comparar.

Em nosso rito, pratica-se, entretanto, o ritual mais antigo utilizado pelos maçons que fundaram a Grande Loja de Londres (chamados Modernos), quando a Instituição foi regulada pela Cosntituição escrita pelo Pastor anglicano (cristão) James Anderson e publicada em 1723, posteriormente alterada para, ai sim, incluir-se a obrigação da crença no Grande Arquiteto do Universo, que é Deus (segundo a nova redação em 1738), por influencia ou mesmo por determinação das autoridades cristãs e nobres que ja abundavam na Ordem. Um ano antes de Anderson falecer, foi aprovada essa nova redação por 56 Lojas que formavam a GRande Loja de Londres.

Ai ja foi por terra o principio de liberdade de religião, podendo ser qualquer uma desde que creia em Deus (o biblico). A Maçonarai francesa resgatou essa libeerdade alguns anos depois, motivada pela influencia do Iluminismo que la ganhou terreno fértil, embora nascido na Inlgaterra (John Locke, 1690), onde pouco se desenvolveu, devido ao "progressismo" das idéias num país marcado pelo forte conservadorismo das tradições e costumes.



trecho da Cosntituição de Anderson de 1723
I - Respeitando a Deus e à Religião
Um Pedreiro é obrigado, pela sua condição, a obedecer à lei moral. E, se compreende correctamente a Arte, nunca será um ateu estúpido nem um libertino irreligioso. Mas, embora, nos tempos antigos, os pedreiros fossem obrigados, em cada país, a ser da religião desse país ou nação, qualquer que ela fosse, julga-se agora mais adequado obrigá-los apenas àquela religião na qual todos os homens concordam, deixando a cada um as suas convicções próprias: isto é, a serem homens bons e leais ou homens honrados e honestos, quaisquer que sejam as denominações ou crenças que os possam distinguir. Por consequência, a Maçonaria converte-se no Centro de União e no meio de conciliar uma amizade verdadeira entre pessoas que poderiam permanecer sempre distanciadas.


Voltando ao rito Francês no Brasil, hoje ele é praticado em cerca de 100 Lojas, e geralmente em regiões ou cidades mais progressistas, como as capitais de estados e cidades litorâneas, destacando-se Santos, entre elas. O estado que nos chama a atenção entretanto, é Rondonia, onde o rito floresce admiravelmente se comparado a outros. Em SC, em 2008, temos 7 Lojas, sendo 4 delas Acadêmicas (Universitárias), o que promete trazer um bom futuro ao rito e à maçonaria catarinense. Renovação de idéias.

Hoje ele é praticado no simbolismo como os demais, com 3 graus simbólicos, Aprendiz, Companheiro e Mestre.
Nos Capitulos, que são Lojas reservadas a graus superiores, pratica-se do grau 4 ao 7, onde realmente ainda se tem o que estudar em termos filosóficos, e os graus 8 e 9, adminsitrativos e criados com a finalidade de elitizar, como nos demais ritos (graus 31 a 33), onde um clube fechado, determina quem é admitido nele ou não no respectivo Supremo Conselho).
Enfim, essa é uma vaidade da qual os maçons gostam. Graus, paramentos, comendas. Se esse for o preço de um bom desempenho social, tudo bem, vale a pena.
Senão fica no vazio, no ridiculo de pagarmos para nos fantasiarmos e não entendermos o que significa a própria fantasia que usamos.
O rito Moderno tem uma outra grande virtude também, quem não estuda, não desenvolve trabalhos, ou seja, é preguiçoso, não dura muito tempo nele, nem na própria Maçonaria, pois ficará entediado. Não valorizmaos a estética ritualística e sim o que ela, maçonaria, significa, ou seja, o simbolismo.
Outra coisa, o rito Francês nos ensina também que braços cruzados não produzem. Se temos que ter algo, temos que consquistar com trabalho e não devem ser com favores ou de forma milagrosa, se temos condições de trabalhar.
A espada, muito utilizada em nosso rito, simboliza as lutas que devemos travar em busca dessas conquistas, passando pelos obstáculos que se colocam à nossa frente. Ela simboliza também a igualdade, onde um nobre ou um operário têm o mesmo valor, a mesma força, o mesmo respeito quando revestidos dessa autoridade que ela nos empresta (a força de vontade).

O Livro da lei, nos ritos teístas é a Biblia sagrada ou o livro da religião da maioria dos irmãos, desde que seja Deus (judeus, muçulmanos e cristãos), enquanto no rito francês é o Livro da Cosntituição de Anderson de 1723 ou, em sua ausência, da Cosntituição da Potência Maçônica a que a Loja esteja subordinada. A constituição nos mostra a Lei dos Homens, que nos rege em conjunto, a todos nós com igualdade, pois às Leis da divindade, cada um se sujeita à qual quiser.
Não podemos obrigar a um cidadão a seguir os 10 mandamentos se ele não quer, mas as leis do país, da potencia, ou seja, as leis dos homens, todos nós estamos sujeitos, independentemente da religião ou fé. Portanto, aqui no planeta Terra, seguimos leis escritas e as naturais, e as divinas, segue quem e como cada um quiser, se houver acerto de contas posteriormente com seu Deus, é com cada um.

O rito tem essas características, no mais, fica reservado a quem o deve conehcer de fato, só reforçando que ele é lastreado no Iluminismo, no Humanismo e na Democracia, que formam um tripé de sustentação de sua existencia.