domingo, 10 de janeiro de 2010

CALENDÁRIO 2010 - F. A. C. A.

A ARLS Fraternidade Acadêmica Ciência e Artes,, 3685, reune-se nos primeiros sábados do mês ou conforme calendário, no sábado posterior, em Joinville, às 14,30, na Rua Monsenhor Gercino, 3154, bairro Itaum.

nesse ano de 2010, suas reuniões ritualísticas acontecerão nos dias:
-- 03 de outubro
- 06 de novembro
- 04 de dezembro
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RAZÃO, RELIGIÃO E EDUCAÇÃO

Voltando ao tema da Razão, hoje, após ler um artigo de Antonio Cícero, na Folha de São Paulo, que trata da ignorãncia, ou mais precisamente da superstição dogmatizada pelas religiões, em particular as ocidentais, refleti sobre o tema e cada vez mais vejo claramente a necessidade da Educação e esclarecimento científico, prematuro até, do ser humano, para que possamos sair desse "atraso" permanente imposto por religiões e forças políticas que jogam por seus interesses, ou de poucos. Essa é a história da humanidade, sabemos, e o que me deixa indignado é a nossa pouca capacidade de sairmos dessa situação, ao contrário, estamos deixando, apesar dos avanços tecnológicos e científicos por um lado, a ignorãncia avançar mais e mais. Aumenta a capacidade de consumo, o volume de informações, mas a capacidade de digerir e assimilar essas informações, transformá-las em sabedoria, está ficando cada vez mais difícil, mesmo com boa formação escolar, com o aumento do número de títulos dos poucos que atingem seus objetivos acadêmicos, cada vez menos culto sai o cidadão das universidades, antes centros de formação de cultura, hoje, fábricas de diplomas.
Mais do que nunca o homem tem medo. Medo do desconhecido, medo das religiões, medo do castigo (revanche) de Deus, tanto que atua em várias ao mesmo tempo, casa-se em uma, batiza seus filhos em outra, colabora financeiramente em uma outra e não aprende ou cumpre o básico de nenhuma delas, sua filosofia, seus fundamentos, seja cristã ou qualquer outra, com excessão dos fundamentalistas ou fanáticos, tão perigosos à sociedade. Tão danosos são os quanto dizem ter uma religião, mas não a frequentam. São omissos e relaxados com um tremendo sentimento de culpa por não terem coragem de afirmar que na verdade não cr~eem em nada ou só se apegam nas horas de extremo desespero.
Para piorar ainda temos as "novas ciências" e outras arapucas, como a astrologia barata, por exemplo, que levam o ser humano menos dotado de Razão, a crer que deva jogar em determinado número ou se vestir de azul ou amarelo para ganhar dinheiro ou ter paz. Vemos essas crendices todos os dias e em volume maior em festas ditas religiosas, mas que são tão profanas quanto as festas de Sodoma, como o reveillon, o carnaval, etc. Na passagem de ano, veste-se branco, calcinha de cor X ou Y, e mesmo sabendo que nada tem de racional, come-se lentilha, bebe-se espumantes, e festeja-se sem se lembrar mesmo do porque, na crença da boa sorte.
Nessa base da superstição, entra ano, sai ano, as vidas vão passando sem progresso praticamente, progresso moral e intelectual, que dirá espiritual, caso creia-se nisso também.
Parece até agora uma dose forte de implicancia barata, mas não estou criticando a festa em si, seja la qual for o motivo, devemos festejar todos os dias, e agradecer, o fato de estarmos vivos em um mundo tão cruel e raivoso. O que chamo a atenção é apra as crendices que nos propomos a crer, mesmo sabendo que devemos lutar para acabar com elas, com as superstições, que são a mãe da ignorãncia, o fanatismo em forma mais light.
Essa educação tão necessária, deveríamos começar a dar às crianças e no entanto ja as ensinamos a serem bobas e crédulas em contos de fadas, afstando-as da realidade da vida, da racionalidade. Não digo que se deve tratá-las com maldade ou frieza, não exageremos, mas contar que papai Noel é uma lenda, uma fantasia alegre e sadia, é bom sim, da mesma forma que temos que contar que um parente, um pai, mãe ou avó, faleceu. Ou devemos enganá-los até quando, afstando-os da realidade? Nunca mentir, pois a Verdade é a própria Razão, essa deveria ser a primeira lição de todos.
Onde entram as religiões? Justamente no período principal da educação na vida de uma pessoa: na infância. O que se aprende ali fica marcado para sempre, quer queiramos ou não, até mesmo a existência de Papai Noel e ao descobrirmos o engôdo, choramos a vida toda por ele não existir de verdade, desde quando ficamos sabendo. E em relação a Deus, do jeito que nos ensinaram e nos fizeram acreditar? Ninguém nos ensina que Deus é uma crença intima e individual, mas querem nos impingir um Deus barbudo, velho, cruel e vingativo, juiz, um árbitro que tem como olhar todo mundo o tempo todo, mesmo que conte com a ajdua de alguns "dedos-duros" chamados de anjos. ensinam-nos que comer maçã é pecado, mas não falam sobre a sacanagem explícita que encontraremos no mundo real. Querem nos fazer crer na arca de Noé como um fato real e não um simbolismo, assim como em Adão e Eva e temos que acreditar naquilo a vida todoa, mostrando ingenuidade e que somos pecadores desde que nascemos, embora o pecado original não seja nosso mesmo. Rídiculo, mas quase todos se forçam a crer e temos medo de ousar a duvidar. Como sermos corajosos para crer em outras ideias? ja somos castrados no inicio de nossas vidas?
Outros nos descrevem Deus como um simples pai de Jesus Cristo, que antes era um profeta e posteriormente, cerca de 200 anos após sua morte, virou o próprio Deus, e também o Espírito Santo. Pode ser que seja verdade mas e a crença dos judeus, 4.000 anos mais velha? Essa crença é mentirosa? E a dos chineses? Dos africanos? Dos indígenas das Américas? Por que um pequeno povo belicoso seria o eleito para deter toda a verdade enquanto outros povos sofrem por desconhecer a Verdade Revelada?
Sim, eu sei que entro em território movediço. Estou entrando no pensamento e no sentimento do ser humano, em seu ponto fraco, que é o da dúvida e quando o ser humano se sente inseguro, na dúvida, ele tende a fugir. Sim, a fuga é o caminho. A fuga do conhecimento é mais fácil do que pensar e formar sua própria Verdade.
Parto para a conclusão profetizando da minha parte que as religiões continuarão a existir por algum tempo, evidentemente, pois ainda estamos longe do ponto em que todos terão o bom senso em aceitar que cada um possa ter sua crença, em seu (s) Deus (es) e entidades, respeitando a liberdade de pensamento, certos de que independente dessa sua crença, cada um pode ser bom ou mal, rico, pobre, virtuoso ou praticante do vício moral. Os homnes não podem ser avaliados pelo grupo em que atuam, pelas religiões que praticam, pelos partidos políticos que atuam, pelos times que torcem. Só assim seremos livres, sem rótulos, sem estigmas, sem dogmas impostos goela abaixo, com todos tendo a oportunidade de crescermos (igualdade), mediante uma educação competente, que oportunize, desde a infãncia, o conhecimento das artes, das ciências, da filosofia, onde estarão presente todas os pensamentos religiosos ja imaginados e outros a serem criados, da ética, do esporte, enfim, de tudo que prepare o homem para usar sua criatividade, sua inteligência, para seu próprio bem.
Cabe a nós, maçons ou não, homens de bons costumes, livres em espírito e mente, que pensam no bem estar da humanidade, propor a ideia de que deixemos de lado a ignorancia e o fanatismo definitivamente, através da educação das novas gerações, dado que a nossa ja está quase que completamente comprometida com o atraso, mas mesmo dentro dele, alguns têm que possuir um pouco de Luz para enxergar a saída desse túnel escuro que é a boa Educação em todos os planos: Moral, pedagógico e familiar.
O ensino de valores éticos pela família é outro ponto que deve ser restabelecido, não com os mesmos valores de séculos atrás, mas com os bons valores de hoje mesmo, porém a família que tem deixado de ser a mola propulsora da ética e da moral, deve retomar esse papel, sem conservadorismo, mas com sabedoria, com consciência.
Trabalhemos por isso.

tfa